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Voluntariado by Pissarra

1/2/2014

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Penso que todo o ramo sabe o valor que dou a acção social e como tento que seja uma prioridade na minha agenda. Não gosto de passar uma semana que seja sem me "dar aos outros". Dar aos outros num sentido genuino e premeditado, com perfeita consciência quando o estou a fazer.

São José Maria Escrivá dizia: "Sê útil, deixa rasto!"

Sempre gostei muito desta frase e por várias vezes a citei quando tive que falar sobre voluntariado e acção social.

Gostava de mostrar-vos o poder que esta frase tem. A prínicipio parecem duas simples frases, bonitas de se ouvir, com um sentido profundo e especialmente torna um ótimo "soundbyte" - fica bem "dizê-las". Mas vamos tentar ser mais profundos: palavra a palavra o que representa esta frase.

"SÊ" - Muitas vezes penso no que representa realmente esta palavra. O que significa SER? Será viver? Será estar presente? Se vivo uma vida em que realizo os meus desejos pessoais - tenho dinheiro, um bom carro, sucesso no trabalho e ofereço tudo aquilo que os meus filhos me pedem. Estarei a SER alguem? Posso muito bem estar apenas a viver, a passar pela vida. Uma oração de que gosto muito do Pe. Tolentino Mendonça diz: "O que te peço Senhor, é a graça de SER"  (http://outrosentido.blogs.sapo.pt/173986.html). De que maneira é que cada um de nós tem cumprido com a sua parte de SER?

"ÚTIL" - O que é ser ÚTIL? ÚTIL aos outros ou só a mim? Muitas vezes, quando nos lançamos num projecto de cariz social, acabamos por olhar mais para o que gostávamos de fazer do que aquilo que realmente é preciso fazer. Por isto passa a nossa utilidade - entregar o que os outros precisam. 

"DEIXA" - Esta é das palavras que gosto mais desta frase - O que quero DEIXAR? Por exemplo, como quero pensar que foi a minha vida dentro de 10/20/30 anos? Como quero ver no futuro o Just a Change, ou o Pegadas, ou outro qualquer projecto social em que me envolva? O que quero realemente deixar como marca minha nesta vida? Esta última pergunta é mesmo importante e desafio-vos a pararem uns minutos a pensar nela...

"RASTO" - Rasto é tudo aquilo que ficou preso a nós. Uma parte de nós que passou para os outros e que esperamos que continue quando estivermos afastados. O que ficou de MIM no velhinho que ajudei? Quantas pessoas é que consegui trazer comigo para o voluntariado?

"Sê útil, deixa rasto!" - Viver isto no dia-a-dia é díficil mas no fim das contas vale mesmo a pena.

PS: Enquanto escrevia isto, uma amiga mandou-me este filme https://www.youtube.com/watch?v=nppxkKoKgtw - tem tudo a ver com o que escrevi. Vejam até ao fim!
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Vatileaks by Afonso Corte-Real

1/2/2014

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A Igreja foi fundada sobre a rocha de Pedro, portanto, ninguém poderá destruí-la. A história é mestra da vida também neste campo. A Igreja sofreu muitos ataques ao longo da sua história milenar e saiu sempre triunfante, porque está fundada sobre a rocha de Pedro e quem guia a Igreja, quem a ilumina e quem lhe dá força é o espírito de Cristo, é o Espírito Santo. 

Cardeal D. José Saraiva Martins 

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo

No passado dia 17 de Maio, o jornalista italiano Gianluigi Nuzzi publicou em Itália um livro intitulado Sua Santidade, as cartas secretas de Bento XVI. Nesse seu volume Nuzzi, já autor de um livro sobre o Instituto das Obras Religiosas (IOR) também chamado “Banco do Vaticano”, revela ao público várias cartas privadas endereçadas ao Santo Padre. Os conteúdos desses documentos são temas quentes da actualidade da Igreja: a resposta aos recendes casos de abusos de padres, os escândalos sexuais do padre mexicano Marcial Maciel fundador dos Legionários de Cristo, relatórios políticos, enfim, inúmeros assuntos tristes e difíceis para a Igreja... Podem imaginar que a publicação de documentos deste carácter é um crime sem precedente. Como é que alguém pode ter acesso a tais cartas? Quem é que traiu desta maneira a confiança do Papa? Ao longo deste ano tem havido sucessivas fugas de informação para fora dos muros do Vaticano. Isso levou a que o Papa nomeasse uma comissão especial de cardeais para investigar estes casos e acabar com a divulgação ilícita de informação privada. Graças a Deus, na passada quarta-feira dia 23 de Maio viram-se finalmente resultados dessa investigação. A Gendarmeria Vaticana (a polícia do Vaticano), deteu no Vaticano Paolo Gabriele, mordomo pessoal de Bento XVI, pois foram encontrados em sua casa uma série de documentos privados do Santo Padre. Sabia-se que a ameaça vinha de dentro do Vaticano, mas o facto de um culpado estar tão próximo do Papa é desconcertante. É por isso que a magnitude deste caso ultrapassa em muito a dos anteriores... O arcebispo Angelo Becciu, o número 3 do Vaticano, explica bem a gravidade dos acontecimentos: “o ataque que [o Papa] sofreu é muito violento”, “a publicação de cartas roubadas é um ato imoral de inédita gravidade”, “documentos da sua casa, papéis que não são simples correspondência privada mas informações, reflexões, aberturas de consciência e até alguns desabafos que recebe unicamente devido ao seu ministério”, “não se trata unicamente de uma violação, já em si mesma gravíssima, da reserva a que qualquer pessoa tem direito, mas por se tratar de uma vil afronta à relação de confiança entre Bento XVI e quem se lhe dirige”. A detenção do mordomo é apenas o início desta “limpeza” e procuram-se agora mais culpados. Esperemos que possam ser detidos e conduzidos às mãos da justiça todos aqueles que querem mal ao Papa e à Igreja.

Como se não bastasse à Igreja ter de sofrer ataques daqueles que estão de fora, agora também tem que se preocupar com os que fazem parte dela! Que tristeza. Até agora só leigos é que foram investigados e esperemos que assim continue. Imaginem o que não diriam da Igreja se se descobrisse que algum prelado está envolvido neste caso... Nestas situações temos que ter sempre cuidado com o que ouvimos pois sabemos que a imprensa aproveita a situação para especular e para difamar a Santa Sé. Enquanto num jornal se publica uma notícia na segunda-feira a dizer que um cardeal italiano está envolvido, no outro diz-se na terça-feira que é uma laica que trabalha no Vaticano a cabeça da operação. Todos os dias ouvimos mais disparates. E isso só complica as coisas... O porta-voz da Santa Sé (o único que faz comunicações oficiais do Vaticano), o Padre Frederico Lombardi, já veio a público desmentir todas estas especulações e pedir aos jornalistas para não espalharem notícias infundadas. O próprio Papa, que raramente se manifesta, pronunciou-se durante a audiência geral de quarta-feira dia 30 de Maio do seguinte modo: “os acontecimentos ocorridos nestes dias acerca da Cúria e dos meus colaboradores trouxeram tristeza ao meu coração”. Apesar disso, o Papa continuou reafirmando a confiança que tem nos seus colaboradores e professando aquilo que é a sua fé no que é para nós um gesto consolador da vontade do nosso Vigário: “nunca se ofuscou a firme certeza de que, apesar da fraqueza do homem, das dificuldades e das provas, a Igreja é guiada pelo Espírito Santo, e o Senhor nunca lhe fará faltar a sua ajuda para sustentá-la no seu caminho”. Na mesma audiência, o Santo Padre afirmou-se desiludido com a imprensa que estava a dar uma imagem falsa da Santa Sé através de rumores “exagerados” e “gratuitos”.

Para concluir, gostava de salientar três coisas que podemos retirar disto tudo. A primeira delas é que, quando o Papa é atacado pessoalmente, somo nós os católicos que temos que sair em sua defesa! Ao longo do seu pontificado, não foram raros os ataques pessoais a Bento XVI e reparem que graças a Deus o Papa nunca se defendeu a ele próprio! Demonstra que está consciente do que é a sua missão. Não compete ao Sucessor de Pedro defender-se diante do mundo. Somos nós, o Povo de Deus, os fiéis, que temos que oferecer o peito às balas para defender aquele que é o nosso Pastor Universal. A segunda é que temos que rezar mais, muito mais por todos os padres e bispos! Rezamos sempre pelo Papa, o que nunca deve deixar de acontecer, mas devemos também ter tempo para rezar pelos nossos outros pastores. Eles também vivem no mundo e precisam de apoio. Eles também têm que ser fortes e iluminados pelo Espírito Santo para não caírem nas tentações. Neste específico caso, rezemos para que os sacerdotes tenham sempre a humildade e a sabedoria suficiente para se manterem fora destes ataques à Igreja. Finalmente, temos também que rezar mais uns pelos outros. Se agora vemos que até os crentes se voltam contra a própria Igreja onde iremos parar? Rezemos por Paolo Gabriele e por sua família, rezemos por Gianluigi Nuzzi o autor do livro que provocou todo este processo, rezemos pelos jornalistas para que sejam sempre fiéis à sua missão de informar com verdade e caridade. A purificação da Igreja começa pela oração e pela penitência.

Deus guarde e abençoe o Papa!

Nos cum prole pia, benedicat Virgo Maria

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O Concílio Vaticano II by Afonso Corte-Real

1/2/2014

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O Concílio Vaticano II constituiu uma dádiva do Espírito à sua Igreja. É por este motivo que permanece como um evento fundamental não só para compreender a história da Igreja no fim do século mas também, e sobretudo, para verificar a presença permanente do Ressuscitado ao lado da sua Esposa no meio das vicissitudes do mundo. Mediante a Assembleia conciliar, (...) pôde-se constatar que o património de dois mil anos de fé se conservou na sua originalidade autêntica.

Beato João Paulo II

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo

Como qualquer católico que se preze sabe, o Papa Bento XVI proclamou para os próximos meses, através da Carta Apostólica Porta Fidei, um ano de especial graças onde somos convidados a “redescobrir o caminho da fé para fazer brilhar, com evidência sempre maior, a alegria e o renovado entusiasmo do encontro com Cristo” (Porta Fidei). Este é o Ano da Fé que se inicia já nesta quinta-feira dia 11 de Outubro de 2012 em Roma! Só a título de curiosidade, não é o primeiro ano extraordinário que o Papa Bento convoca... Já é o terceiro! Relembramos o Ano Paulino em 2008-2009 e o Ano Sacerdotal em 2009-2010.

Apesar deste tema ser muito interessante, a nossa reflexão de hoje vai-se voltar para outro evento importantíssimo que está intrinsecamente ligado ao Ano da Fé: o Concílio Vaticano II (CV II).

Na Igreja não se escolhem datas ao acaso, tudo tem o seu significado. E por isso, o início do Ano da Fé marcado para 11 de Outubro de 2012 é um sinal muito importante para aquilo que o Papa pretende com este ano. Foi pois no dia 11 de Outubro de 1962 que o Beato Papa João XXIII abriu solenemente na Basílica de São Pedro o CV II na presença de milhares de bispos do mundo inteiro. A próxima quinta-feira marca então os 50 anos da abertura desse Concílio tão importante para a história da Igreja. Mas o que é na verdade esse Concílio? Que mudanças trouxe? Porque é que ainda se fala tanto dele hoje em dia? São estas algumas das perguntas que iremos tentar responder muito brevemente.

Convocado pelo Papa João XXIII em 1961 através da Constituição Apostólica Humanae Salutis, o CV II foi um Concílio Ecumênico que teve o objectivo de "promover o incremento da fé católica e uma saudável renovação dos costumes do povo cristão, e adaptar a disciplina eclesiástica às condições do nosso tempo" (Humanae Salutis).

À luz da Humanae Salutis, podemos logo tirar a primeira ideia da nossa reflexão e esclarecer um ponto muito importante: o CV II foi antes de tudo um Concílio Pastoral. Isto é, o Concílio não tinha como objectivo uma ruptura com a Tradição da Igreja Católica dita totalmente desactualizada nem proclamar nenhum dogma novo; pelo contrário, visava dar uma nova orientação pastoral à Igreja e uma nova forma de apresentar e explicar os dogmas católicos ao mundo moderno e de levar a mensagem de Jesus ao mundo, sendo sempre fiel à Tradição. A palavra italiana “aggiornamento” que significa “actualização” foi o termo utilizado durante o Concílio para popularizar esse desejo da Igreja Católica. O próprio Papa João XXIII afirmou que "o que mais importa ao Concílio Ecumênico é o seguinte: que o depósito sagrado da doutrina cristã seja guardado e ensinado de forma mais eficaz".

O CV II durou quatro anos, mas os participantes não estiveram sempre todos reunidos durante esse tempo. Os trabalhos realizavam-se em pequenas comissões que tinham a tarefa de escrever os textos que depois seriam propostos e discutidos na assembleia dos bispos de modo a serem posteirormente aprovados. Tanto tempo demorou este Concílio que o seu “pai”, o Papa João XXIII, morreu a meio deixando ao seu sucessor, o Papa Paulo VI, a tarefa de o concluir.

Em 1965, na conclusão do CV II a Igreja foi enriquecida por 4 Constituições Apostólicas, 3 Declarações e 9 Decretos frutos de todos os trabalhos conciliares. Estes documentos fazem integralmente parte do Magistério da Igreja e têm que ser aceites por todos os católicos com a mesma validade do que aqueles que foram produzidos em Concílios anteriores. Apesar da riqueza de todos os documentos, há 4 que são de realçar pela sua importância: as Constituições Apostólicas. Todos nós as devemos ler e reler, como o Papa Bento XVI nos pede, de modo a sabermos a verdade do Concílio. A primeira Constituição, Dei Verbum, trata da Revelação Divina através da Sagrada Escritura. Lembramos que há duas fontes de Revelação na Igreja, ambas com o mesmo valor: a Sagrada Escritura e a Tradição. A segunda Constituição, Lumen Gentium, vem-nos esclarecer sobre a natureza da Igreja e a sua constituição. A terceira, Sacrosanctum Concilium, trata da importância da Sagrada Liturgia e do modo como deve ser encarada (recomenda-se muito a leitura). Finalmente, a Gaudium et Spes é uma constituição pastoral sobre a Igreja no mundo actual. Estas 4 Constituições são os pilares do CV II e a sua chave de compreensão; não se pode falar sobre o Concílio sem as ter lido.

O CV II foi um dom de Deus. Bem aplicado, o Concílio pretendia permitir à Igreja enfrentar com nova força os desafios da era moderna. Infelizmente, nos anos que se seguiram, a ala liberal daqueles que dizem pertecer à Igreja mas que mais parecem ser instrumentos do demónio, aproveitou a ocasião para transformar os ensinamentos do Concílio num “tudo é permitido”. Começando pela falta de obediência, tudo se foi descontrolando cada vez mais  desde a banalização da Liturgia e dos Sacramentos aos sacerdotes e bispos que deixaram de ser sinal de Deus no mundo e à contestação, insurreição e ataques de dentro da Igreja. Todas as atrocidades que se viram e que se vêem na Igreja pós-conciliar eram e são justificadas pelo dito “espírito do Concílio”. As pessoas não souberam, ou não quiseram, interpretar o Concílio à verdadeira luz da fé, o que levou a uma triste era de dissidência.

O CV II tem que ser lido e interpretado na hermenêutica da continuidade com a Tradição. Temos hoje em dia necessidade de fazer a “reforma da reforma “. Esse esforço é perfeitamente visível ao longo do pontificado do Papa Bento XVI, sobretudo a nível da Liturgia para  fazer frutificar o verdadeiro património do CV II na actual situação da Igreja. O desafio pela frente é reparar os males que foram feitos e voltar a definir o caminho, iluminado pelo Santa Igreja, que conduz a Deus.

Demos graças a Deus pelo Santo Padre e rezemos para que nos continue a guiar nestes tempos em que a Igreja ganha um novo vigor para renascer e tornar-se a verdeira Luz para o mundo. Rezemos também pelos nossos bispos e sacerdotes para que possam ter sempre a humildade suficiente para serem obedientes à Santa Igreja e reconhecer nos seus ensinamentos a única verdade anunciada por Jesus Cristo. Peçamos para isso ajuda à Virgem Santíssima, Mãe da Igreja e nossa Mãe.



Nos cum prole pia, benedicat Virgo Maria

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O futuro da União Europeia... e de Portugal by Pedrinha

1/2/2014

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É curioso constatarmos que, chegados a esta fase da história da integração europeia, o futuro da União Europeia e da Zona Euro (e, claro está, de Portugal) esteja parcialmente dependente dos resultados eleitorais de um pequeno (e aparentemente frágil) país e Estado-membro: a Grécia.Muito se tem especulado nos últimos tempos em torno das consequências reais de uma eventual saída da Grécia da UE. É, grosso modo, consensual que esta saída traria graves prejuízos económicos e financeiros para a União e para todos os Estados-membros, já que a abertura deste precedente geraria um previsível clima de desconfiança e incerteza nos mercados, que se consubstanciaria numa clara quebra do investimento - interno e externo - nas economias europeias, que poderia comprometer seriamente o futuro da moeda única e de todo o processo de integração que tem vindo a ser traçado desde a criação da CECA - Comunidade Europeia do Carvão e do Aço -, na sequência da 2ª Guerra Mundial e do Plano Schuman, nos anos 50 do século passado.
Por este motivo, todos os líderes europeus, dirigentes políticos, politólogos, comentadores e cidadãos europeus estão focados nas eleições do próximo dia 17 na Grécia. Após o fracasso das eleições do últimos mês - recorde-se que os três partidos mais votados (Nova Democracia, Syriza e PASOK) não conseguiram formar governo - a expectativa aumenta de dia para dia. A situação grega terá um dos seguintes 3 desfechos: (I) vitória da Nova Democracia ou do PASOK; (II) vitória do Syriza; (III) impossibilidade de qualquer um dos partidos formar governo (na sequência do que aconteceu nas últimas eleições).
  1. Recorde-se que a Nova Democracia e o PASOK, respectivamente o PSD e o PS portugueses, são os grandes responsáveis pelo estado das contas públicas gregas e pelos vergonhosos níveis de corrupção registados nos últimos anos - a Grécia é o país mais corrupto da Europa! O descontentamento do eleitorado é comprovado pelos resultados das últimas eleições. São estes os únicos partidos que defendem que a Grécia deve continuar a aplicar as medidas de austeridade impostas pelo acordo assinado com as instâncias europeias. A haver algum vencedor entre estes dois partidos, certamente será a Nova Democracia.
  2. O Syriza (partido radical de esquerda) reúne, de acordo com as mais recentes sondagens, cerca de 30% das intenções de votos dos gregos (é o partido mais votado). Este partido também defende a continuidade da Grécia na UE e no Euro mas exige a renegociação do memorando já assinado, condição que os líderes europeus rejeitam totalmente.
  3. A terceira possibilidade é a que se me afigura mais provável. Recorde-se que o sistema eleitoral grego exige, ao contrário do nosso, que o partido vencedor das eleições legislativas - e convidado a formar governo - reúna um apoio maioritário no Parlamento, de mais de 50% dos deputados. Não basta vencer as eleições; é necessário, ainda, que o partido vencedor consiga eleger mais de 50% dos deputados (ou seja, é necessário um "governo maioritário"). Para facilitar a eleição deste (elevado) número de deputados, o sistema eleitoral grego reconhece constitucionalmente uma particularidade: o partido mais votado nas eleições tem, automaticamente, direito a eleger mais 50 deputados do que o previsto. Resta saber se, mesmo contando com estes 50 "extra" deputados, algum partido consegue reunir a maioria exigível.

A primeira situação seria indiscutivelmente a mais favorável à UE. Mas acrescente-se: é, também, a menos provável. As outras duas poem em causa a continuidade da Grécia na UE e na Zona Euro, com as consequência acima referidas. Inspirados na experiência argentina do século XX, os gregos acreditam que o regresso ao dracma é uma solução viável para o povo helénico.
Depois de muita contestação ao excessivo poder exercido pelo eixo franco-alemão nos últimos anos, torna-se curioso constatar que o futuro de toda a UE se encontra nas mãos de um dos países menos influentes da União. Veremos o que nos reserva o próximo dia 17...
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Austeridade: um mal necessário? by Pedrinha

1/2/2014

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Os últimos tempos têm sido marcados por exigentes esforços e sacrifícios, em prol de um inevitável processo de austeridade. Esta é uma realidade que acompanha não só o povo português mas também o povo helénico e, particularmente nas últimas semanas, nuestros hermanos. As receitas dos governos de Passos Coelho, Antonis Samaras e Mariano Rajoy são, em grande medida, de natureza idêntica – variando somente o grau, a intensidade com que as medidas são adoptadas. O saneamento das contas públicas tornou-se, hoje, na grande preocupação – ou obsessão - dos três Executivos. A somar à crise internacional despoletada em 2008 (a do subprime), estes países confrontam-se com uma crise da natureza interna, a chamada crise das dívidas soberanas. Os três países endividaram-se excessivamente ao longo dos últimos anos – não só os Estados mas também o sector bancário e as próprias famílias -, tantas vezes iludidos e orientados pelas virtuosas promessas de um capitalismo globalizado e aparentemente regulado.

  A origem do problema tem, contudo, particularidades em cada um dos países: no caso espanhol, há que atender principalmente à falta de liquidez do sector bancário e ao estado em que se encontram as contas das suas «autonomias»; no caso grego, aos excessivos casos de corrupção e de desvio dos dinheiros públicos (pelos partidos do PASOK e da Nova Democracia); no caso português, à política seguida por um (des)governo socialista, sob égide socrática, que, face a uma crise já para todos evidente, preferiu continuar a aumentar desmesuradamente a dívida pública do país.

  Traçado o diagnóstico, cabe compreender e assimilar a receita, a da austeridade. Repito: a grande preocupação dos Estados é, agora, o saneamento das suas contas públicas. Interessa inverter a tendência de endividamento e consolidar as contas públicas. O mesmo é dizer: não gastar mais do que aquilo que se ganha (nesse sentido, o novo Pacto Orçamental Europeu) e exigir, simultânea mas temporariamente, esforços acrescidos às populações para fazer face às despesas excessivas já contraídas. Portugal e Grécia, sob a alçada da troika e Espanha, sob pressão das instâncias europeias, procuram então reajustar as suas economias aos novos e emergentes desafios. Para isso – e por muito que esta constatação nos possa custar – os Estados e as pessoas carecem de rever o seu estilo de vida, nomeadamente os seus gastos.

  O caso português é gritante: os tratados da União Europeia impõem que os Estados membros não ultrapassem, no que concerne à dívida pública dos países, os 60% do PIB. Em 2005, aquando da eleição do Eng.º Sócrates, a dívida pública situava-se próxima desse valor. Em 2011, ano em que o engenheiro emigrou para Paris, a dívida pública já ultrapassava os 100% do PIB (!) – o que significa, basicamente, que o país teria de estar um ano somente a trabalhar para pagar a sua dívida.

  O processo de austeridade assenta, portanto, num esforço de redução da despesa pública e num forçoso aumento das receitas (nomeadamente as tributárias). No caso português, o processo de consolidação das contas públicas, traduzido no Programa de Assistência Económica e Financeira, far-se-á 2/3 à custa da despesa e 1/3 à custa da receita. A redução da despesa implicará um desmantelamento do «monstro» estatal, da estrutura do Estado (e.g. empresas públicas, institutos públicos, fundações) e uma redefinição das funções do Estado; o aumento das receitas implicará essencialmente um aumento da carga fiscal para os contribuintes (e.g. IRS, IRC, IVA, IMI, IMT).

  Perguntar-me-ão: mas no meio de tanta austeridade, onde ficam as políticas de crescimento económico? O crescimento económico, assente numa lógica «keynesiana» de investimento público, foi a solução adoptada pelo executivo socialista nas suas duas últimas legislaturas. Estas vozes advogavam o aumento da intervenção do Estado na economia, como forma de dinamização e de criação de emprego sem compreenderem que a melhor forma de o fazer era deixando o dinheiro no bolso dos contribuintes e criando condições favoráveis para que as pessoas e as empresas tivessem incentivos para investir. A asfixia fiscal nunca fomentou a procura interna, o consumo ou o investimento – estes sim, factores dinamizadores de uma economia. Às alas mais esquerdistas que todos os dias introduzem o tema do utópico “crescimento económico” na discussão pública, deixo a pergunta: alguém tem ideia do que os contribuintes portugueses estariam a pagar em impostos se os projectos socialistas do TGV, da terceira ponte sobre o Tejo ou do novo aeroporto tivessem tido seguimento?

  Por algum motivo, François Hollande, o rosto socialista do «crescimento económico» (sempre distante da malograda austeridade), está neste momento a preparar mexidas na TSU idênticas às anunciadas há umas semanas por Pedro Passos Coelho.

  Com esta crónica pretendo demonstrar que o processo de austeridade pelo qual estamos a passar é, efectivamente, uma fatalidade. Isso não significa que nos devamos alhear da discussão pública, até porque todas as medidas concretas são passíveis de reflexão e discussão. Enquanto católicos, somos chamados a assumir uma postura responsável e coerente, sem contribuir para o discurso destrutivo e para a retórica demagógica que tantas vezes caracterizam a nossa discussão pública.

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