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Bairro 6 de Maio: uma experiência única (Parte 1) by Tomás Cortes

21/10/2015

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A história da minha aventura no bairro remonta já há um bom ano. Foi pouco depois do início do semestre pós-Verão, que pela primeira vez ouvi falar do projecto Maria Ajuda Seis de Maio.

 Tinha, havia pouco, atravessado o portão do técnico, dirigindo-me apressadamente para o metro, quando o Tomás Macedo, futura cobaia dos meus refogados e das minhas mistelas, que inocentemente apelidávamos de sopas, me interpelou. Falou de uma reunião a ter lugar nessa mesma noite, na qual, para além de se rezar o terço, se iria discutir alguns aspectos do papel de um tal núcleo na vida de um tal projecto relacionado com um bairro (aperceber-me-ia, mais tarde, que o assim designado núcleo Seis de Maio, para além de dar um certo apoio logístico e de estabelecer momentos de oração, englobava, orientava e formava um grupo de rapazes, candidatos a irem viver para o bairro num futuro próximo).
 
A partir daí, os acontecimentos desenrolaram-se com naturalidade. Frequentava as reuniões semanais, onde se se ia clarificando quem seriam os próximos missionários: Tomás Macedo e eu. Falei com os meus pais, que já sabiam das minhas idas ao núcleo. Deu-se, evidentemente, um processo de análise da questão, discutindo-se alguns aspectos incómodos (como seja o desaparecimento súbito de um filho, a terrível saudade, o anseio pela segurança na minha nova vida ou pior, o reajuste do horário do passeio do cão, com o inevitável e pouco desejado aumento da carga de trabalho para os manos).Mas, contas feitas, os meus pais aderiram bem à ideia, abrindo a porta para o seu rebento abrir asas e voar.
 Passaram uns tempos e, finalmente, uma semana antes do começo do segundo semestre, fiz-me vizinho da sempre amada e saudosa estação ferroviária Santa Cruz/Damaia.
 
E assim foi. Estava formado novo grupo missionário. Duarte Nifo, que já lá estivera e continuava, Macedo e eu.
 O princípio, como sempre, foi empolgante e acelerado: conhecer as irmãs, que já estão no bairro há quarenta anos, sempre muito amigas, acolhedoras e cheias de vontade de nos ajudar no que precisássemos; ir à mediateca, sítio onde confluem os jovens do bairro, para os começar a conhecer; deambular pelas “ruas” estreitas e labirínticas, nalgumas das quais dificilmente cabe sequer uma pessoa; fazer compras para a casa (sempre me hei de perguntar qual o meu ar quando, entalado entre o corredor da higiene do lar e dos frescos, tentava perceber o porquê de “Deep and fresh cleaning” merecer o aval dos consumidores portugueses em 2014 enquanto que “New: Shinny and perfect home” parecia esquecido nas prateleiras. Enfim, grandes questões do nosso tempo…).
 
Aos poucos, as semanas iam passando, e o dia-a-dia definindo-se. Mas, o que é uma semana típica lá em casa? Nesse primeiro semestre tinha aulas de manhã, pelo que saia cedinho com o Macedo (estamos no mesmo curso e aula) rumo ao IST, de comboio e metro. Mantive o hábito de, uma vez por semana, ir almoçar a casa dos meus avós, pelo que nos outros três dias restabelecia forças no domicílio d’Amadora. Nas tardes disponíveis, se não tivesse que estudar, passava-as normalmente na mediateca, onde após as aulas, acorrem os pequenos estudantes do bairro. Este é um espaço crucial, na medida em que é ali que conhecemos novos jovens e estreitamos a amizade com aqueles que já nos são mais próximos. Mantive, a par destas horas passadas na rua e na mediateca, no que a actividades se refere, a co-responsabilidade por um grupo de pioneiros verdinhos, assim como a presença nas reuniões do meu próprio grupo (Missionários em Guerra), ambos com reuniões semanais. Para além disso, continuava a jogar rugby no Direito, onde treinava três vezes por semana, com eventuais jogos no fim desta. No meio de tudo isto, sabia-me terrivelmente bem a ida semanal a casa, onde matava saudades com a família, usufruindo de honras de convidado e deleitando-me com o jantar.
 Aos sábados não tínhamos nada agendado, não obstante surgir sempre algo importante para fazer. No dia do Senhor, a lógica era outra. Ficara combinado que os responsáveis pelo coro da missa no Centro Social, (uma dependência das irmãs, colada ao bairro) seríamos nós. Assim, acordávamos, seguíamos para o ensaio, ouvia-se a Santa Missa, cozinhávamos o almocinho e, depois, tínhamos direito a uma breve sesta. Depois, chegava a hora da mãe-peregrina. Resumidamente, no fim da Eucaristia, uma matriarca do bairro escolhia acolher a imagem, por uma semana. Quem a recebesse ficava de organizar um terço em sua casa nessa mesma tarde. Na semana seguinte, levava a mãe-peregrina de volta ao Centro, para outra senhora a levar para casa, e assim por diante. Creio que possam estar já a augurar a amplitude deste evento! De facto, ainda de bucho cheio, íamos rezar o terço, no fim do qual nos esperava uma magnífica refeição. Não havia como recusar! Bem tentávamos gesticular, mas, quando dávamos por nós, já tínhamos um prato de cachupa na mão, a boca ocupada por uma magnífica fatia de cuscuz , uns fritos a esvoaçar na nossa direcção, um copo cheio de sumo, um tupperware a ser enchido (“Vão ver qi dipois lhis sabe uma bem, ou não me chamo eu nha Fatinha”) e, derradeiro argumento, uns pares de olhos sequiosos, quase ameaçadores, tal a veemência com que nos pretendiam arrancar um esgar de satisfação!  Sorriso que, dada a qualidade do festim, era genuinamente esboçado. E assim terminava a semana, de barriga cheia e em muito boa companhia.
 Creio assim poder definir, simplificadamente, a nossa rotina.

 Em relação à vida de comunidade, ou seja, a dinâmica entre os missionários, correu tudo bastante bem. É aliás, neste campo que fiz algumas aprendizagens! Desde já, porque nos temos que habituar a viver com outros dois indivíduos que podem ter hábitos e manias bem diferentes das nossas. Lembro-me da sempre delicada conclusão em relação aos estores: deixar fechados ou, antes, um pouco abertos? Ou outras: pôr ou não molho branco na comidinha? Por aqui ou por ali? Pôr logo a loiça na máquina ou esperar pela limpeza do responsável? Tantas questões onde se faziam notar divergências menores. Em relação às tarefas de casa, tínhamos um pequeno horário, a fim de as distribuir equitativamente: fazer jantar, lavar loiça, preparar oração da noite, lavar roupa,…

(Continua...)

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Schoenstatt e Fátima, um testemunho pessoal by Janeca

8/10/2015

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Quando estava no campo de concentração, o P. Kentenich escreveu um texto em que fazia algumas comparações/paralelismos entre a espiritualidade do Movimento de Schoenstatt e a Mensagem que Nossa Senhora trazia aos três pastorinhos nas suas aparições, tendo vindo posteriormente a referir estes paralelos em algumas das suas homilias.
Como o Pe. Diogo diz muitas vezes, eu acredito que o facto de as aparições em Fátima e a Aliança de Amor dos primeiros Congregados em Schoenstatt terem sido em datas próximas (Primavera de 1916 e 18/10/1914, respetivamente) não foi coincidência. Basta olharmos para o estado em que se encontravam os dois países naquele momento. Por exemplo: em Portugal assistíamos a uma recém-implantada República onde a separação entre o Estado e a Igreja era cada vez maior e onde o primeiro fazia por mostrar a força desta nova República. Na Alemanha, tínhamos um Imperador disposto a implementar uma política bélica, sem medo de mostrar o poder militar do seu país, acabando por arrastar a Alemanha e a maior parte dos países da Europa para a Primeira Guerra Mundial (a declaração de guerra por parte da Alemanha ocorreu a 9 de Março de 1916, enquanto que a primeira aparição do Anjo aos pastorinhos foi na primavera desse mesmo ano. Coincidência?).
 
No seu texto, o P. Kentenich faz vários paralelismos entre estas duas espiritualidades, mas como isto é um testemunho pessoal, vou referir aqui apenas aqueles com os quais tenho mais contacto no meu dia-a-dia.
Muitas pessoas não sabem, mas Nossa Senhora apareceu 6 vezes aos pastorinhos (aos três ao mesmo tempo) em Fátima. No entanto, o mês que contem o núcleo da Mensagem de Fátima e que é quase sempre esquecido, é Julho, o mês do Segredo. Este Segredo, que só mais tarde foi revelado por João Paulo II com autorização de Nossa Senhora e da Irmã Lúcia, está dividido em três partes: a visão do Inferno, a consagração da Rússia e o atentado ao Papa. Podemos resumir a Mensagem de Fátima e o Segredo em três palavras: Oração, Penitência e Conversão. Enquanto (Candidato a) Servita, católico e português sinto-me no dever de cumprir estas três vertentes da Mensagem de Fátima, que têm tudo que ver com a espiritualidade que vivemos em Schoenstatt! Através de uma boa vivência da nossa Aliança de Amor estamos também a cumprir estas três vertentes.

Oração - Eu faço por rezar o terço todos os dias, mas percebo que nem todos sintam essa devoção. Não se preocupem, a partir do momento em que selamos a nossa Aliança de Amor com Maria, mesmo que não rezemos muito nem visitemos o santuário muito frequentemente, a oração é algo que vem por acréscimo, é uma vontade que nasce em nós se assumirmos este compromisso com plena consciência do que estamos a fazer.

Penitência - Tal como o Anjo e Nossa Senhora pediram aos pastorinhos mais que uma vez, oferecer sacrifícios é algo que costumo fazer. Como é lido em todas as cerimónias de Aliança de Amor: “Trazei-me com frequência contribuições ao Capital de Graças”. Deus e Nossa Senhora precisam do nosso Capital de Graças. É compreensível que fazer sacrifícios não é uma coisa muito apelativa, mas se o fizermos com um propósito particular (o dos pastorinhos, por exemplo, era para salvar as almas dos pecadores; também conheci um Universitário que oferecia o seu estudo, que tanto lhe custava, simplesmente para alegrar Nossa Senhora) e com a consciência de que nos ajuda também na nossa auto-educação e que agrada a Deus, acredito que se torna mais fácil.

Conversão - Em Fátima esta vertente está muito ligada à da Oração, mas nós do Movimento Apostólico de Schoenstatt, temos para além da Oração o pilar da Missão ao qual tanta importância damos para uma vida em comunidade sustentável. Uma pessoa que viva em plenitude a sua Aliança de Amor, tem mais facilidade nesta questão da conversão (não só dos que não são católicos ou que estão afastados de Deus, mas também dos que lhe são próximos e da sua própria conversão interior), daí que seja uma alegria sempre que fazemos Missões! A melhor maneira de convertermos e sermos convertidos é sempre através do bom testemunho. O Propósito Particular e o Horário Espiritual são óptimas ferramentas para nos mantermos em boa forma espiritualmente. Enquanto Servita é isto que tento fazer: simples e discretamente dar testemunho da minha Fé.

Outros três pontos que vejo em comum entre a espiritualidade de Schoenstatt e da Mensagem de Fátima e que podemos e devemos pôr em prática no nosso dia-a-dia são:
  • A pequenez dos instrumentos - Deus em Fátima escolheu três crianças analfabetas (de 10, 9 e 7 anos) de uma aldeia perdida numa serra de Portugal, para transmitirem uma mensagem de salvação e amor que viria a mudar a história do Mundo. Em Schoenstatt, Deus pede a um grupo de jovens que ao selarem uma Aliança com a Sua Mãe, profundamente enraizados em Maria, deem o seu testemunho de Fé nos ambientes mais difíceis, chegando a pedir a alguns a própria vida, numa tentativa de ressuscitar a Fé católica e mudar a maneira de pensar/viver de uma Alemanha mecanicista. Porque escolheu Deus tão pequenos instrumentos? Não teria sido mais fácil que Nossa Senhora aparecesse aos respetivos líderes? Para mostrar que a Deus nada é impossível e que mesmo com instrumentos pequenos o amor que ele tem por nós pode mudar a história. Humildade.
  • Nada sem Ti, Nada sem Nós - Deus sabe que o Homem é fraco e que se assusta na presença de algo vindo do Céu, daí que as palavras de Nossa Senhora aos pastorinhos tenham sido “Não tenham medo”, assim como na Aliança de Amor se diz “Não vos preocupeis…”. É normal que ao receber uma missão vinda diretamente do Céu se tenham assustado, mas tanto os pastorinhos como os congregados confiaram na Vontade de Deus e na Proteção de Maria, assim como nós também devemos confiar. Confiança.
  • Consequências - Em Fátima as aparições tiveram como consequência uma contracorrente na Fé católica portuguesa (que se expandiu e ganhou força tal) que nem o Estado conseguiu “abafar” ou contradizer, tendo ainda sido a causa original (na minha opinião pelo menos) do fim da URSS e da queda do Muro de Berlim e consequentemente do comunismo como principal ameaça. Ao fim de 100 anos podemos claramente ver que Nossa Senhora a Aliança de Amor do P. Kentenich e dos primeiros congregados, sendo Schoenstatt um movimento presente em vários países do Mundo e com uma atitude “pro-activa“ na Igreja, com vontade de fazer do mundo um lugar melhor. Enquanto juventude, queremos assumir-nos como instrumentos, congregados e pastorinhos destes próximos 100 anos. Missão.
 
Toda a vida tive uma espiritualidade mariana. Antes de conhecer o movimento de Schoenstatt, sempre fui incentivado a rezar a Nossa Senhora, em especial nas dificuldades, sempre ouvi falar da Mensagem de Fátima através dos meus pais e inconscientemente a vivê-la no meu dia-a-dia. Até descobri que quando fui baptizado, também fui consagrado a Nossa Senhora… Ao entrar para Schoenstatt, ficou claro que o meu caminho era por ali. Desde o Capital de Graças, à auto-educação, ao desenvolvimento da minha relação com Nossa Senhora como minha Mãe e o consequente fortalecimento da minha Fé, tudo fazia sentido.
O mesmo se veio a passar mais tarde. Ainda antes de sentir a vocação a servir enquanto Servita, mais tarde vim a perceber que já o fazia, pois enquanto schoenstattianos também nós estamos a viver a Mensagem de Fátima.

Por cada bolinha do Capital de Graças, por cada oração no santuário, por cada missão que fazemos, por cada aspecto da nossa personalidade que aprendemos a conhecer melhor e a usá-la para ajudar quem precisa, estamos também a ser Servitas. Um Servita não faz nada que um schoenstattiano ou um católico que viva bem a sua fé não faça. É alguém que através da oração e da penitência, põe as suas qualidades ao serviço dos outros, que de uma maneira (geralmente) simples e discreta tenta fazer do Mundo um lugar melhor e que com humildade reconhece os seus erros esforçando-se sempre para melhorar. Sempre com o coração em Cristo e os olhos em Maria.
 
João Maria Castro Fernandes
 
25 de Setembro de 2015 
 

+Geração Missionária, Chegou a Tua Hora!+

PS: Para saberem mais sobre este paralelo (ou no caso de eventualmente quererem fazer o “vosso” paralelo) recomendo a leitura de um documento que está na biblioteca do site dos Universitários: “Paralelo Schoenstatt-Fátima: um contributo para a vivência da mensagem”.

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