Universitários Schoenstatt Lisboa
+ Nova Geração, Conquista a Tua História +
  • Home
    • Notícias
    • Mural dos Universitários
  • Ramo
    • História
    • Quotas
    • Lema
  • Revista MTA
  • Projetos
    • Dirigentes
    • Missão País
    • Maria Ajuda
  • Biblioteca
    • Documentos Schoenstatt
    • Temas
  • Músicas
    • Ouvir Musicas >
      • Descarregar livrinho
  • Videos

Austeridade: um mal necessário? by Pedrinha

1/2/2014

0 Comments

 
Os últimos tempos têm sido marcados por exigentes esforços e sacrifícios, em prol de um inevitável processo de austeridade. Esta é uma realidade que acompanha não só o povo português mas também o povo helénico e, particularmente nas últimas semanas, nuestros hermanos. As receitas dos governos de Passos Coelho, Antonis Samaras e Mariano Rajoy são, em grande medida, de natureza idêntica – variando somente o grau, a intensidade com que as medidas são adoptadas. O saneamento das contas públicas tornou-se, hoje, na grande preocupação – ou obsessão - dos três Executivos. A somar à crise internacional despoletada em 2008 (a do subprime), estes países confrontam-se com uma crise da natureza interna, a chamada crise das dívidas soberanas. Os três países endividaram-se excessivamente ao longo dos últimos anos – não só os Estados mas também o sector bancário e as próprias famílias -, tantas vezes iludidos e orientados pelas virtuosas promessas de um capitalismo globalizado e aparentemente regulado.

  A origem do problema tem, contudo, particularidades em cada um dos países: no caso espanhol, há que atender principalmente à falta de liquidez do sector bancário e ao estado em que se encontram as contas das suas «autonomias»; no caso grego, aos excessivos casos de corrupção e de desvio dos dinheiros públicos (pelos partidos do PASOK e da Nova Democracia); no caso português, à política seguida por um (des)governo socialista, sob égide socrática, que, face a uma crise já para todos evidente, preferiu continuar a aumentar desmesuradamente a dívida pública do país.

  Traçado o diagnóstico, cabe compreender e assimilar a receita, a da austeridade. Repito: a grande preocupação dos Estados é, agora, o saneamento das suas contas públicas. Interessa inverter a tendência de endividamento e consolidar as contas públicas. O mesmo é dizer: não gastar mais do que aquilo que se ganha (nesse sentido, o novo Pacto Orçamental Europeu) e exigir, simultânea mas temporariamente, esforços acrescidos às populações para fazer face às despesas excessivas já contraídas. Portugal e Grécia, sob a alçada da troika e Espanha, sob pressão das instâncias europeias, procuram então reajustar as suas economias aos novos e emergentes desafios. Para isso – e por muito que esta constatação nos possa custar – os Estados e as pessoas carecem de rever o seu estilo de vida, nomeadamente os seus gastos.

  O caso português é gritante: os tratados da União Europeia impõem que os Estados membros não ultrapassem, no que concerne à dívida pública dos países, os 60% do PIB. Em 2005, aquando da eleição do Eng.º Sócrates, a dívida pública situava-se próxima desse valor. Em 2011, ano em que o engenheiro emigrou para Paris, a dívida pública já ultrapassava os 100% do PIB (!) – o que significa, basicamente, que o país teria de estar um ano somente a trabalhar para pagar a sua dívida.

  O processo de austeridade assenta, portanto, num esforço de redução da despesa pública e num forçoso aumento das receitas (nomeadamente as tributárias). No caso português, o processo de consolidação das contas públicas, traduzido no Programa de Assistência Económica e Financeira, far-se-á 2/3 à custa da despesa e 1/3 à custa da receita. A redução da despesa implicará um desmantelamento do «monstro» estatal, da estrutura do Estado (e.g. empresas públicas, institutos públicos, fundações) e uma redefinição das funções do Estado; o aumento das receitas implicará essencialmente um aumento da carga fiscal para os contribuintes (e.g. IRS, IRC, IVA, IMI, IMT).

  Perguntar-me-ão: mas no meio de tanta austeridade, onde ficam as políticas de crescimento económico? O crescimento económico, assente numa lógica «keynesiana» de investimento público, foi a solução adoptada pelo executivo socialista nas suas duas últimas legislaturas. Estas vozes advogavam o aumento da intervenção do Estado na economia, como forma de dinamização e de criação de emprego sem compreenderem que a melhor forma de o fazer era deixando o dinheiro no bolso dos contribuintes e criando condições favoráveis para que as pessoas e as empresas tivessem incentivos para investir. A asfixia fiscal nunca fomentou a procura interna, o consumo ou o investimento – estes sim, factores dinamizadores de uma economia. Às alas mais esquerdistas que todos os dias introduzem o tema do utópico “crescimento económico” na discussão pública, deixo a pergunta: alguém tem ideia do que os contribuintes portugueses estariam a pagar em impostos se os projectos socialistas do TGV, da terceira ponte sobre o Tejo ou do novo aeroporto tivessem tido seguimento?

  Por algum motivo, François Hollande, o rosto socialista do «crescimento económico» (sempre distante da malograda austeridade), está neste momento a preparar mexidas na TSU idênticas às anunciadas há umas semanas por Pedro Passos Coelho.

  Com esta crónica pretendo demonstrar que o processo de austeridade pelo qual estamos a passar é, efectivamente, uma fatalidade. Isso não significa que nos devamos alhear da discussão pública, até porque todas as medidas concretas são passíveis de reflexão e discussão. Enquanto católicos, somos chamados a assumir uma postura responsável e coerente, sem contribuir para o discurso destrutivo e para a retórica demagógica que tantas vezes caracterizam a nossa discussão pública.

0 Comments



Leave a Reply.

    Objetivo

    Local onde cada Universitário pode exprimir e partilhar experiências, pensamentos, orações.

    Arquivo

    Maio 2016
    Dezembro 2015
    Novembro 2015
    Outubro 2015
    Julho 2015
    Março 2014
    Fevereiro 2014
    Dezembro 2013
    Novembro 2013
    Outubro 2013
    Setembro 2013

    Categorias

    Todos

    Feed RSS

Powered by Create your own unique website with customizable templates.