Antes de mais nada, olá. O meu nome é Eduardo Cary, tenho 18 anos e estou no movimento de Schoenstatt há 6 anos. Pertenço ao grupo IMN (Irmandade do Mundo Novo) e este é o meu primeiro ano nos universitários. Com muita pena minha não estive presente na 1ª jornada de Ramo, mas marquei (e tenciono doravante marcar) presença na jornada de Março.
0 Comments
![]() Talvez pareça que o tempo de Natal, na sociedade consumista em que vivemos, é uma data sumamente artificial, de autêntica distribuição de presentes, entre preparação de jantares e reunião familiar alargada. Para muitos perdeu o sentido e a beleza, de um Deus que se faz homem na humildade, que apenas se encontram numa pessoa de Fé. Mas se me é permitido contestar talvez estejamos a enganar-nos. O Natal não tem sido desprezado nem mesmo incompreendido, o Natal conquistou o mundo! Os presentes que damos uns aos outros neste tempo festivo têm uma teologia profunda. Não é por acaso que o fazemos por tradição á milhares de anos. O primeiro presente do Natal é o próprio menino Jesus! Provavelmente, apesar do seu sim incondicional, para Maria terá sido um presente um bocado agridoce, visto que naquela época ter um filho fora do casamento dava direito a apedrejamento. Já para não falar da exclusão e humilhação a que se submetia. Para José o presente poderá ter sido muito chato. Aceitar da sua noiva um filho que não era seu… O que poderá fazer para resolver esta situação da melhor forma, sabendo que a amava profundamente: “repudiá-la em segredo”!? (Mateus – 1, 19). Porém acreditaram e ambos se sujeitarem ao mau-olhado dos que os rodeavam, mais as perseguições que sofreram após o seu nascimento… Mas isso não interessa! Para eles interessava que Deus ia fazer-se presente neste mundo! Maria presenteia o Sim de ser Mãe de uma forma extraordinária e José presenteia a sua proteção e paternidade. Os presentes, bens materiais estão bem representados na Sagrada Escritura pelos: ouro, incenso e mirra trazidos por magos do oriente como oferta para o Rei dos reis, o menino Deus que acabava de nascer. Arriscaria dizer que hoje na nossa cultura são dados presentes aos aniversariantes, devido a esta raiz oriental da nossa atual civilização. Os presentes dos magos ocupam um papel central nesta história, visto que estes vieram de longe (do oriente) para os poder ofertar. Pode parecer rebuscado mas não foram só bens materiais que foram oferecidos. A maior oferenda que estas figuras puderam dar foi a sua própria presença, sem se aperceberem, fizeram da sua presença o melhor presente. Isto porque os sábios, considerados pagãos do oriente, confirmavam que o que ocorria em Belém por aqueles dias era algo de extraordinário! Também uns pastores da região foram surpreendidos por uma notícia divina e quiseram estar presentes no acontecimento. Apesar de que o que havia para ver não seria mais do que um bebé recém-nascido, seus pais fatigados da viagem e alguns animais… Estes pastores viveram apenas e só o presente, aquele singelo momento que até pode não ter sido nada de especial aos olhos, mas foi de certeza uma experiência vivida de coração. Para aqueles pastores o presente foi um presente! Viveram o nascimento do Deus menino, e para eles aquele presente fez toda a diferença! Para mim, o verdadeiro presente do Natal é este menino, que nasce no meio de nós, com a promessa de um mundo regido pela lei do Amor. Este é o único presente que realmente nos transforma. Viver o Natal de forma radical é preparar o caminho para que um milagre aconteça nas nossas vidas. Em toda a sua glória e poder, este Deus quer manifestar-se da forma mais humilde! Ele sujeita-se a estar presente no mais inapropriado e indigno dos lugares, um estábulo, deitado numa manjedoura!? (Lucas – 2, 7) Pelo que sei estes sítios cheiram mal e estão normalmente sujinhos com excrementos de animais… Mas isto não importa! Porque não foi po acaso que isto aconteceu, Jesus está mesmo presente neste lugar! O meu coração… Quando damos presentes uns aos outros no tempo de Natal, lembramos três coisas! Este é o tempo do maior presente que alguém já pôde dar. É tempo de lembrarmos que estamos presentes na vida de alguém! E que o mais importante é vivermos o presente, o aqui e o agora, cada dia é um presente de Deus. Não é por acaso que o presente se chama presente! Podemos, talvez achar que os presentes conquistaram o Natal. Ou que o Natal desprezou o seu maior presente que é este menino Deus. Eu prefiro pensar que o Natal conquistou o mundo! E Jesus!? Bom, Jesus conquistou o meu coração! Um amigo de Jesus ![]() + SUM – Transforming Hearts with Mary + 11 December 2015 Father Kentenich! Pray for us! Dear Schoenstatt University Men of Portugal, It has only been 5 months since I was with you all, up at the Quinta do Sao Francisco! What a grand old time! I want to thank each of you whom I met for embracing me and truly making me feel a part of one great international family. We are true brothers, united in our love for the Blessed Mother and Jesus, united in our strivings to be Saints for our Times, united in the mission of our Father and Founder. I dream that we continue to build our bond as a family, personally, and as brother branches of Schoenstatt University Men. So I’d like to share with you some of my personal experiences of getting to travel and meet all of you this summer. My time witnessing Schoenstatt in Lisbon was a very deep and transforming experience for me. What were the greatest things that I took away from this experience of the Schoenstatt family in Portugal? On the trip I experienced that we are a family who the Blessed Mother has built, cared for and strengthened, and to whom the Blessed Mother has entrusted an immense mission for our Times. She intends to grant us everything we need to carry out this mission to the fullest if we only learn to dream with her, and to trust and hope in her and Jesus without reserve. As we enter into a new era: a new time of mission as a Schoenstatt family and as a Church, this all requires more than ever that we unite and, following our Queen, step out boldly to become a missionary impulse for our Family and for the entire Church. 1. We are a family. An international family. Being with you guys at the Quinta do Sao Francisco, I felt almost as if I was with my own branch here in Austin, minus the differences in culture and language (seldom do we all start to stand up during a debate.. Jordao..). We share our ideals and fire. Our desire to strive to be Saints, to respond to the needs of our Times, to go out to serve Christ and the Blessed Mother. And when it comes to Barbacue Imensobom, I think that my bro Hector could totally take on the likes of Mao. 2. We have an immense mission. Truly, being in Lisbon, it is really hard not to dream big. You all have such a rich history, even within your own branch. From great explorers and missionaries who went forth from your city such as Sao Francisco Xavier, to your own history as a branch, of missionaries from Campanario who enkindled life and created the impulse that has made your branch what it is today. During the trip I really grew in this conviction that we have an immense mission as men in Schoenstatt, especially as the youth, and that Schoenstatt itself will be such a gift for the Church in this coming century; such an answer. I was very inspired by your Branch motto, “Porta da Europa.” It shows that from the beginning you all have been conscious of your great mission to be catalysts for the re-evangelization of Europe. I really believe that this “New Evangelization” of the Church requires that we share our Schoenstatt charism. Without it, our Church will not be as strong or effective in the New Evangelization which will lead to the new Springtime. Never take your motto for granted. The Blessed Mother has entrusted to you, and to us, an immense mission for our times. 3. I left Portugal with the conviction that, with Mary, our mission becomes completely possible. Together we can be convinced that, since our Queen is Mary, we will carry it out. There is no question. She is the great missionary. We have a responsibility to dream big as her sons. As weak instruments, it is really easy for us to get discouraged in our mission by the slightest things, even the little smallnesses of daily life, but especially when we feel we have failed, we have missed an opportunity, or we have sinned and rejected God. This discouragement increases when we are convinced of the vastness of the mission that the Blessed Mother has implored for us in Schoenstatt, because we know that a great mission requires truly our highest strivings and all of our childlike daring. Failure then can make us all the more discouraged. Christ however never wants us to be discouraged. We’ve been taught again and again that our strength is truly in Him, and that we can do nothing without Him. “Those who abide in me and I in them bear much fruit, because apart from me you can do nothing (John 15:5).” And so if Jesus commands us to love one another as he loved us, and entrusts to us the task of making “disciples of all nations” and we can do nothing without Him, then surely he will give us all the strength we need to carry through to the goal, for he never commands impossibilities, but makes us able to do what we cannot on our own. And so with our mission. The Blessed Mother entrusts it to us, but requires also that we entrust to her that she will provide all the strength and guidance that we need for its fulfillment. Father Kentenich would say that what we offer her is our helplessness. We are weak, but she is the great missionary. She only requires our faith and trust, that in and with and through her we abide in Christ. We do this and show her we are serious by striving for the heights of perfection and sanctity in our daily lives. The needed strength to strive for the heights of holiness, and to become true missionaries who will proclaim the Covenant of Love to our times, comes from this trust, and this hope: this firm conviction that the victory is already won. We truly will accomplish our mission to the highest degree, if we surrender in a full Yes, and we go further and further in our sanctity and union with Christ and the Blessed Mother. In this journey I gained this conviction, that every time I feel discouraged, every time I feel I have failed, these moments should truly be moments to exercise our trust and hope, and become our greatest joy. Because we know in moments of failure, that if we only trust in Jesus and the Blessed Mother, they will conquer these weaknesses too. They will accept and work miracles with what we offer in authentic faith, even if sometimes we come empty-handed and only offer our weakness. If we place all of our hope and trust in Jesus and Mary, shown by the way we live, we will carry out our mission of transforming the world in Christ. Perhaps through our smallest daily actions, but truly to a high degree of fruitfulness. If we only trust in Jesus and Mary and give our all, they will grant us immeasurable fruitfulness. We must have this hope. The victory is already won, the Blessed Mother only requires our surrender, our Yes, our trust, that we show in our action. 4. We must unite and prepare for battle. We have truly entered into a new era as a Movement. We feel this very strongly in Austin. “We have entered into a time of mission and apostolic fruitfulness.” These words of Father Heinrich resonated in our hearts as we celebrated the Jubilee and entered the next 100 years with our newly dedicated Shrine. Now all the more so, this time of mission has become so real for us in Austin because we have just finished a very strong lifestream of crowning the Blessed Mother that developed simultaneously in our branch and larger movement of Austin. This lifestream of crowning the Blessed Mother grew as we entered the next 100 years of Schoenstatt, the time of mission in which we go out to share our charism. We understand that we have a vast mission that God and the Blessed Mother are entrusting to us. A mission as vast as the United States, and even our entire world. “To make the United States a place where Mary can reign, so that Christ can reign.” And we do desire to be missionaries. But we know that we are weak. Many of us last January felt that we lacked the fire and zeal we needed for such a great mission. And so we decided as our first step as a branch into this new era, this next 100 years, we would offer the Blessed Mother a crown. We would focus on the source of all of our life and fruitfulness in Schoenstatt, the Covenant of Love. In offering the Blessed Mother a crown, our goal was to grow personally in our relationship with Mary, in our love for her. Only then, we knew, could we become the fruitful missionaries we desire to be. And so we began this time of crowning. We offered the Blessed Mother acts of love to conquer her crown, the goal: To grow in our love and covenant relationship with Mary, personally, especially by making our new Shrine truly our home. We were guided by the motto “Reconquering Mary’s Home, This House Belongs to Us.” This crowning lifestream and Capital of Grace lasted for 10 months until we crowned Mary as Queen of Our Mission on November 1, 2015. This crowning developed into probably the strongest missionary impulse ever in our branch. And so now, coming out of this crowning, we feel more than ever that we have truly entered into “the time of mission and apostolic fruitfulness,” and as stated in the last line of our crowning document, that now is the time “to devote ourselves entirely as missionaries of Our Queen.” This is the era in which we go out to share the Covenant of Love with all peoples beyond all boundaries as a Schoenstatt Family. For us as a branch, to conquer UT and make it a cradle of sanctity, and to conquer the United States for Christ and the Blessed Mother for the renewal of the world. I feel that in this time of mission more than ever, as an International Male Youth, the call is stronger than ever from the Blessed Mother for us to unite, to prepare for battle, and to follow our Queen blindly into our mission. 5. I was very inspired to see just how well-formed you all are as a branch. I was humbled to see your strength and all that you are doing, between Missao Pais, Seis do Mayo, and your other apostolates you are concretely transforming your culture. I believe that we still have so much more potential. As we enter into the new time of mission, we should unite in placing all of our strength in the hands of our Mother and Queen, and in an act of trust, step more boldly than ever into our mission. She has proven again and again that she will answer our honest strivings and risks with abundant fruitfulness if we would only trust in her. As branches of the International Male Youth of Schoenstatt the Blessed Mother challenges us to be the tip of the spear, a great missionary impulse leading our Schoenstatt Family, and our entire Church, more deeply into Her mission, into the New Evangelization. The Great Missionary wants to lead her Son’s Church into a new springtime and rich harvest of true saints, but she needs willing instruments. Men who are willing to be bold and give her the boundless trust she deserves. Who is willing to trust her without reserve as we enter into this new era? We are the missionary generation! “A new era of our history has begun. Filled with missionary spirit we offer the covenant of love, as a way and hope, to all people beyond all boundaries – reaching to those on the periphery of society. In this way we cooperate in developing a comprehensive covenant culture. The prophetical charism of our father and founder urges us towards a new founding of Schoenstatt in the midst of the conditions of the present time (Pentecost Congress Memorandum).” We are united in this new founding of Schoenstatt! What are those missionary dreams you have but that you have never acted on, whether out of fear, or lack of boldness, or lack of time, or just because it did not seem possible? Let us be united in going all out in our mission now. Now is the time of mission and apostolic fruitfulness, and now also is the Extraordinary Jubilee of Mercy!! As we enter the Year of Mercy, I believe that the Blessed Mother is calling us to be bolder than ever in our mission, to truly follow her, the Great Missionary into battle. Let us unite in becoming the missionaries of mercy that the Church needs today, and an impulse leading our Movement and Church into this time of mission and evangelization!! I returned from Portugal very inspired by the experience, especially by the life of the branch and family that you all are. I returned very inspired for our mission here in Austin, Texas, filled with more conviction than ever in our mission to share this great gift of Schoenstatt with the Church and the world. I returned knowing that I am a part of a great international family, with an immense mission for our Times, that continues now, in this second 100 years, as we unite to go out more boldly than ever before to become a true missionary impulse. Thank you so much again for accepting me as family from the minute I arrived in Lisbon!! All of you are always welcome in Austin, and have a home here (and soon in Washington, D.C.!) whenever you’re ready to come on down and have some barbecue and finish perfecting your English!! (Although for many of you, it might already be better than my own.) United in our love for Mary and Jesus, Chris Boardman ![]() Ultimamente, tenho-me deparado com um grande problema no núcleo católico da minha faculdade. Não tem sido fácil de resolver pois remete para a raiz da existência deste projecto. Fui percebendo por conversas diversas que os próprios participantes, alguns há uns 2 ou 3 anos, não percebem ou não sabem qual é o propósito do núcleo católico. Uns acham que tem como objectivo dar uma experiência espiritual às pessoas que não estão ligadas a movimentos ou que são católicos a meio gás. O exemplo típico são os estudantes que estão deslocados da sua terra de origem. Outros pensam que o núcleo pretende organizar umas conferências para convencer os ateus, ou o núcleo LGBT da faculdade, que não somos lunáticos ao discutir cientificamente a posição da Igreja sobre o aborto e outros temas quentes. Uns últimos estão convencidos que é só para dizer que existe uma entidade para dar continuidade à Missão País e organizar umas missas seguidas, inevitavelmente, por um belo repasto cheio de recordações missionárias. Na realidade, faz sentido ser visto como mais uma cadeira para a minha formação como Homem. Um estudante que se entregue ao seu núcleo católico está a estudar para ser um cristão exemplar na sua futura profissão. Se numa faculdade eu educo o meu intelecto para ser capaz de responder às situações difíceis do meu dia-a-dia profissional, porquê que não hei-de treinar a minha alma para saber amar todos os dias no meu trabalho? Na faculdade, no meu curso, tenho as pessoas que estudam o mesmo que eu, que irão ter profissões semelhantes à minha e que, portanto se irão deparar com os mesmos desafios que eu. Para além disto, estes colegas de curso estudam o mesmo que eu, têm conhecimentos equiparáveis aos meus. Isto tudo permite com que estes estudantes se preparem juntos, da melhor maneira para a sua vida futura. Insisto nesta ideia: se estudo para ser um bom profissional, tenho de me educar para ser um cristão no trabalho! Infelizmente, nem toda a gente quer embarcar nesta odisseia pois ela é exigente. Esta constatação fez-me perceber que este projecto atinge a plenitude da sua realização com pessoas radicais e firmemente decididas a ser santos a 200%. Se eu não vou à missa todos os domingos, se eu nem me preocupo com a minha relação com Deus, se não quero ser santo, se nem tento aplicar na minha vida “normal” o que Cristo me pede, como posso querer ser um cristão exemplar no trabalho? Na realidade, eu vejo este projecto dos Núcleos Católicos na Faculdade como o projecto mais Schoenstattiano que conheço, não querendo, com esta afirmação, minimizar outros empreendimentos extraordinários. O que eu gostava de exprimir através desta frase é o meu entendimento pessoal e o que mais me cativa na espiritualidade Schoenstattiana. A característica da nossa mística que reconheço nos Núcleos Católicos e que é trabalhada e aplicada ao máximo é a santidade da vida diária. Esta reflexão leva-me ponto central deste texto. Os Núcleos Católicos requerem empenho, vontade e decisão firme pela santidade. Assim este projecto não é para qualquer cristão, mas é para todo e qualquer Schoenstattiano! Um estudante Schoenstattiano está preocupado com a sua santidade na vida diária e vê na faculdade uma oportunidade imperdível de se educar para ela. Manuel de Albuquerque ![]() Para ajudar a orientar a vida em comunidade e delinear caminhos em relação à missão externa (interacções com as pessoas do bairro, jovens, etc) contávamos com a presença do Pe. Diogo e do seminarista Juan Pablo que se juntavam a nós depois do jantar, para pequenas reuniões. Foi aí que percebemos quais os métodos certos a usar no nosso principal objectivo: o trabalho com os jovens com idades entre os 8/9 até aos 12/13 anos. Concordámos que não nos devíamos seduzir pela tentação do número, isto é, a de ter o máximo número de miúdos possível nas actividades (levámos seis deles ao acampamento). Escolhemos trabalhar somente com rapazes (só nas actividades de desenvolvimento dum grupo, evidentemente que, no dia-a-dia nos dávamos com todos). Fomo-nos apercebendo qual era a lógica do bairro em relação a visitantes exteriores. O que não falta às crianças do bairro, paradoxalmente, são actividades. Seja com a escola, com iniciativas de voluntários, nas colónias de férias ou com o próprio Centro Social, contam-se pelos dedos da mão os que ainda não foram ao estádio do Benfica, ao Oceanário, aos museus da Amadora, à praia, ao Pavilhão do Conhecimento, entre tantos outros locais. Todas as semanas, há aulas de inglês, dança, artes plásticas, música, pintura e jogos de futebol organizados. O que é muito bom! No entanto, este paradigma criou uma curiosa ligação entre voluntários e usufrutuários: do tipo comercial. Há uma tal avalanche de ofertas, que esta se torna em procura, a procura de alguém a quem oferecer algo. A título ilustrativo, cito uma mãe que, após lhe termos respondido que precisava de dar um farnel ao filho, para este levar para o passeio que organizáramos, replicou, muito admirada: “Mas vocês precisam do meu filho na vossa excursão! Ainda me pedem que lhe pague o almoço?!”. Ou seja, a abundância de ofertas gratuitas alterou a ideia clássica do voluntariado. Do “Eu agradeço a ajuda que me é disponibilizada” passou-se para o “Vá, vai lá participar na actividade deles, que precisam de ti para terem sucesso, filhote”. As pessoas tornam-se selectivas, aumentando a sua exigência face aos voluntários. Isto, devido à gratuidade das acções voluntárias. Não no sentido monetário, pois essa pode ser, de facto, uma exigência circunstancial, mas em relação ao tempo, ao sacrifício e ao trabalho. Os programas são encarados como uma pastilha-elástica: recebe-se, mastiga-se, deita-se fora e espera-se pela próxima. Não há uma envolvência conjunta, de voluntários e crianças, a fim de verem algo crescer e desenvolver-se a partir do seu trabalho. Esta foi uma importante noção que adquirimos, esforçando-nos sempre muito a combater essa tendência. Para o exemplificar, recordo a preparação do acampamento: mostrámos a todos, com umas contas rápidas, qual seria o custo da nossa jornada, o que os deixou estupefactos (sempre acharam que as coisas valiam muito pouco). Convencemo-los de que que se não angariássemos dinheiro, ninguém ia a lado nenhum. Assim, decidimos cozinhar e vender bolos num domingo, depois da missa; noutra ocasião, passámos um Sábado a trabalhar em barro, para fazer mealheiros para que, cada um, por pequenos sacrifícios, pudesse ir poupando para o acampamento. Escusado será dizer que todas estas iniciativas não terão dado mais que uma ínfima percentagem do custo total, tendo nós acabado por pagar quase tudo. Só que este pormenor de os envolver na preparação, faz toda a diferença (não monetária, como se viu, mas a nível de entrega e compromisso). Foi aí (nas tais reuniões) que analisámos experiências para chegar a conclusões: o que pensar dum passeio a Monsanto? O que correu bem? E mal?. Assim, no fim de muitas tentativas e actividades (algumas bastante fracassadas), começamos, enfim a “obter” alguns resultados. Temos agora um proto-grupo, mais estável e dedicado, com hipóteses de vir a dar em alguma coisa, muito devido ao excelente acampamento que tivemos no Verão. Agora, é dar tempo ao tempo e ver como tudo se desenvolve. Penso que num relato deste tipo é também relevante abordar algumas ideias pré-concebidas que, na vivência do dia-a-dia, praticamente se desconstroem. A segurança. Em relação a este tópico, devo dizer que nunca fui assaltado, nem abordado com quaisquer intenções maldosas. Saio de casa com computador e volta a casa com computador. Não tenho, nesse sentido, portanto, qualquer razão de queixa. Por outro lado, mais que uma vez, acordei a meio da noite ao som das festas de polícias e “gangsters”. Mas todo este aparato de tiros, de índios e de cowboys, quando surge, o que é raro, fica circunscrito a uma pequena área e passa-se de noite. No que aos estudos se refere, penso que o medo de diminuir o tão almejado sucesso académico é relativamente infundado. Trata-se apenas de uma questão de organização. Estuda-se muitíssimo bem na nossa casinha! Aliás, desafio mesmo o meu querido interlocutor a vir sentir o doce e suave toque do pinho das nossas secretárias ou, se for de manter os pés bem assentes na terra, a categoria do soalho do escritório (sim, temos um escritório). Existe sempre a tentação, quando as coisas possam estar pior, academicamente, de se alhear dessa realidade em favor do bairro. Ai é preciso ter cuidado. Por isso mesmo, um dos requisitos da vinda para o bairro é a estabilidade nos estudos - daí se evitar, preferencialmente, missionários do primeiro ano. De resto, a única dificuldade surgia, por vezes, aos Domingos, quando a nossa preenchida agenda limitava grandemente o precioso tempo de estudo, nas épocas de exame. “E a vida social, como é que passou a ser? Deixaste de ver toda a gente”. Esta terá sido das perguntas que mais frequentemente, amigos e conhecidos, me faziam. Não nego que a maior distância ao epicentro do convívio da juventude e a outros estabelecimentos, por malta amiga frequentados, tenha esmorecido o meu fervor relacional. No entanto, é bem sabido que todos os caminhos vão dar a Santos, onde a vida é alegre e o amor sorri. Basta-me, para saciar a sede de converseta, entrar no carrinho que, em poucos minutos, lá me ponho. Assim, fazendo um balanço e, avaliando o que alguns amigos vêm dizendo, talvez tenha estado um pouco mais “desaparecido”. Mas não pelo bairro em si, antes pelo meu próprio feitio. De facto, se quando vivia em Santos não era assíduo na noite, é natural que o esforço de me deslocar de e para a Damaia, faça os programas perder alguma atractividade. Concluindo, após um primeiro semestre de missão concluído e com um segundo a decorrer, creio poder elaborar algumas considerações. Assumir este projecto, como parte da nossa história de vida, não está isento de riscos. É verdade que é algo desafiante, e mais certo é que há dificuldades a ultrapassar. Contudo, a experiência é de tal modo rica, diferente e verdadeira que, em retrospectiva, todos os senãos perdem relevância. Digo-o, não só pelo que me ajudou, pelo que me transformou ou me enriqueceu mas, sobretudo, pela oportunidade que se tem de moldar as pessoas, de lhes levar Jesus. Nesta situação concreta, essa possibilidade é apenas mais gritante (não precisamos de viver num bairro para o fazer!). É-o, aliás, na proporção do sofrimento. As muitas histórias dramáticas, que se escondem por trás destes muros meio destruídos e graffitados, despertam nas pessoas, se não uma postura agressiva e delinquente (naqueles que nessa estratégia arranjam caminho), um sentido humano muito forte, uma enorme vontade de ser amadas, qual espectro do inerente, ainda que escondido, desejo pelo transcendente. Esta disposição para o divino, temo-la todos, só que, muitas vezes, demasiado abafada. Como a pode abafar um miúdo que tem um pai preso; que tem uma mãe viciada; que tem casa num bairro de lata; que tem medo de ser gozado; que tem medo da pancadaria que apanha da tia? Este sofrimento é sal: corre o risco de estragar tudo, mas pode também, misteriosamente, destacar e intensificar o que de bom temos. É por isso que temos de ir ao encontro desta ânsia de amor. Eles precisam de esperança, de Deus, dos Seus instrumentos. Precisam de se saber queridos e orientados. Infelizmente, dir-me-ão, com razão, que, apesar de tudo, no futuro, poucos se hão-de lembrar de nós e que todo o trabalho corre o perigo de ser em vão. Mas, como lembravam as irmãs com toda a sua sabedoria e experiência, basta um. Basta que apenas um consiga fugir do ciclo vicioso desta vida. Basta que um se encontre com os outros. Basta que um possa conhecer a Deus. Aí, direi, valeu a pena. E é por isso que sei que faz sentido viver no bairro, que faz sentido o projecto Maria Ajuda Seis de Maio. ![]() A história da minha aventura no bairro remonta já há um bom ano. Foi pouco depois do início do semestre pós-Verão, que pela primeira vez ouvi falar do projecto Maria Ajuda Seis de Maio. Tinha, havia pouco, atravessado o portão do técnico, dirigindo-me apressadamente para o metro, quando o Tomás Macedo, futura cobaia dos meus refogados e das minhas mistelas, que inocentemente apelidávamos de sopas, me interpelou. Falou de uma reunião a ter lugar nessa mesma noite, na qual, para além de se rezar o terço, se iria discutir alguns aspectos do papel de um tal núcleo na vida de um tal projecto relacionado com um bairro (aperceber-me-ia, mais tarde, que o assim designado núcleo Seis de Maio, para além de dar um certo apoio logístico e de estabelecer momentos de oração, englobava, orientava e formava um grupo de rapazes, candidatos a irem viver para o bairro num futuro próximo). A partir daí, os acontecimentos desenrolaram-se com naturalidade. Frequentava as reuniões semanais, onde se se ia clarificando quem seriam os próximos missionários: Tomás Macedo e eu. Falei com os meus pais, que já sabiam das minhas idas ao núcleo. Deu-se, evidentemente, um processo de análise da questão, discutindo-se alguns aspectos incómodos (como seja o desaparecimento súbito de um filho, a terrível saudade, o anseio pela segurança na minha nova vida ou pior, o reajuste do horário do passeio do cão, com o inevitável e pouco desejado aumento da carga de trabalho para os manos).Mas, contas feitas, os meus pais aderiram bem à ideia, abrindo a porta para o seu rebento abrir asas e voar. Passaram uns tempos e, finalmente, uma semana antes do começo do segundo semestre, fiz-me vizinho da sempre amada e saudosa estação ferroviária Santa Cruz/Damaia. E assim foi. Estava formado novo grupo missionário. Duarte Nifo, que já lá estivera e continuava, Macedo e eu. O princípio, como sempre, foi empolgante e acelerado: conhecer as irmãs, que já estão no bairro há quarenta anos, sempre muito amigas, acolhedoras e cheias de vontade de nos ajudar no que precisássemos; ir à mediateca, sítio onde confluem os jovens do bairro, para os começar a conhecer; deambular pelas “ruas” estreitas e labirínticas, nalgumas das quais dificilmente cabe sequer uma pessoa; fazer compras para a casa (sempre me hei de perguntar qual o meu ar quando, entalado entre o corredor da higiene do lar e dos frescos, tentava perceber o porquê de “Deep and fresh cleaning” merecer o aval dos consumidores portugueses em 2014 enquanto que “New: Shinny and perfect home” parecia esquecido nas prateleiras. Enfim, grandes questões do nosso tempo…). Aos poucos, as semanas iam passando, e o dia-a-dia definindo-se. Mas, o que é uma semana típica lá em casa? Nesse primeiro semestre tinha aulas de manhã, pelo que saia cedinho com o Macedo (estamos no mesmo curso e aula) rumo ao IST, de comboio e metro. Mantive o hábito de, uma vez por semana, ir almoçar a casa dos meus avós, pelo que nos outros três dias restabelecia forças no domicílio d’Amadora. Nas tardes disponíveis, se não tivesse que estudar, passava-as normalmente na mediateca, onde após as aulas, acorrem os pequenos estudantes do bairro. Este é um espaço crucial, na medida em que é ali que conhecemos novos jovens e estreitamos a amizade com aqueles que já nos são mais próximos. Mantive, a par destas horas passadas na rua e na mediateca, no que a actividades se refere, a co-responsabilidade por um grupo de pioneiros verdinhos, assim como a presença nas reuniões do meu próprio grupo (Missionários em Guerra), ambos com reuniões semanais. Para além disso, continuava a jogar rugby no Direito, onde treinava três vezes por semana, com eventuais jogos no fim desta. No meio de tudo isto, sabia-me terrivelmente bem a ida semanal a casa, onde matava saudades com a família, usufruindo de honras de convidado e deleitando-me com o jantar. Aos sábados não tínhamos nada agendado, não obstante surgir sempre algo importante para fazer. No dia do Senhor, a lógica era outra. Ficara combinado que os responsáveis pelo coro da missa no Centro Social, (uma dependência das irmãs, colada ao bairro) seríamos nós. Assim, acordávamos, seguíamos para o ensaio, ouvia-se a Santa Missa, cozinhávamos o almocinho e, depois, tínhamos direito a uma breve sesta. Depois, chegava a hora da mãe-peregrina. Resumidamente, no fim da Eucaristia, uma matriarca do bairro escolhia acolher a imagem, por uma semana. Quem a recebesse ficava de organizar um terço em sua casa nessa mesma tarde. Na semana seguinte, levava a mãe-peregrina de volta ao Centro, para outra senhora a levar para casa, e assim por diante. Creio que possam estar já a augurar a amplitude deste evento! De facto, ainda de bucho cheio, íamos rezar o terço, no fim do qual nos esperava uma magnífica refeição. Não havia como recusar! Bem tentávamos gesticular, mas, quando dávamos por nós, já tínhamos um prato de cachupa na mão, a boca ocupada por uma magnífica fatia de cuscuz , uns fritos a esvoaçar na nossa direcção, um copo cheio de sumo, um tupperware a ser enchido (“Vão ver qi dipois lhis sabe uma bem, ou não me chamo eu nha Fatinha”) e, derradeiro argumento, uns pares de olhos sequiosos, quase ameaçadores, tal a veemência com que nos pretendiam arrancar um esgar de satisfação! Sorriso que, dada a qualidade do festim, era genuinamente esboçado. E assim terminava a semana, de barriga cheia e em muito boa companhia. Creio assim poder definir, simplificadamente, a nossa rotina. Em relação à vida de comunidade, ou seja, a dinâmica entre os missionários, correu tudo bastante bem. É aliás, neste campo que fiz algumas aprendizagens! Desde já, porque nos temos que habituar a viver com outros dois indivíduos que podem ter hábitos e manias bem diferentes das nossas. Lembro-me da sempre delicada conclusão em relação aos estores: deixar fechados ou, antes, um pouco abertos? Ou outras: pôr ou não molho branco na comidinha? Por aqui ou por ali? Pôr logo a loiça na máquina ou esperar pela limpeza do responsável? Tantas questões onde se faziam notar divergências menores. Em relação às tarefas de casa, tínhamos um pequeno horário, a fim de as distribuir equitativamente: fazer jantar, lavar loiça, preparar oração da noite, lavar roupa,… (Continua...) ![]() Quando estava no campo de concentração, o P. Kentenich escreveu um texto em que fazia algumas comparações/paralelismos entre a espiritualidade do Movimento de Schoenstatt e a Mensagem que Nossa Senhora trazia aos três pastorinhos nas suas aparições, tendo vindo posteriormente a referir estes paralelos em algumas das suas homilias. Como o Pe. Diogo diz muitas vezes, eu acredito que o facto de as aparições em Fátima e a Aliança de Amor dos primeiros Congregados em Schoenstatt terem sido em datas próximas (Primavera de 1916 e 18/10/1914, respetivamente) não foi coincidência. Basta olharmos para o estado em que se encontravam os dois países naquele momento. Por exemplo: em Portugal assistíamos a uma recém-implantada República onde a separação entre o Estado e a Igreja era cada vez maior e onde o primeiro fazia por mostrar a força desta nova República. Na Alemanha, tínhamos um Imperador disposto a implementar uma política bélica, sem medo de mostrar o poder militar do seu país, acabando por arrastar a Alemanha e a maior parte dos países da Europa para a Primeira Guerra Mundial (a declaração de guerra por parte da Alemanha ocorreu a 9 de Março de 1916, enquanto que a primeira aparição do Anjo aos pastorinhos foi na primavera desse mesmo ano. Coincidência?). No seu texto, o P. Kentenich faz vários paralelismos entre estas duas espiritualidades, mas como isto é um testemunho pessoal, vou referir aqui apenas aqueles com os quais tenho mais contacto no meu dia-a-dia. Muitas pessoas não sabem, mas Nossa Senhora apareceu 6 vezes aos pastorinhos (aos três ao mesmo tempo) em Fátima. No entanto, o mês que contem o núcleo da Mensagem de Fátima e que é quase sempre esquecido, é Julho, o mês do Segredo. Este Segredo, que só mais tarde foi revelado por João Paulo II com autorização de Nossa Senhora e da Irmã Lúcia, está dividido em três partes: a visão do Inferno, a consagração da Rússia e o atentado ao Papa. Podemos resumir a Mensagem de Fátima e o Segredo em três palavras: Oração, Penitência e Conversão. Enquanto (Candidato a) Servita, católico e português sinto-me no dever de cumprir estas três vertentes da Mensagem de Fátima, que têm tudo que ver com a espiritualidade que vivemos em Schoenstatt! Através de uma boa vivência da nossa Aliança de Amor estamos também a cumprir estas três vertentes. Oração - Eu faço por rezar o terço todos os dias, mas percebo que nem todos sintam essa devoção. Não se preocupem, a partir do momento em que selamos a nossa Aliança de Amor com Maria, mesmo que não rezemos muito nem visitemos o santuário muito frequentemente, a oração é algo que vem por acréscimo, é uma vontade que nasce em nós se assumirmos este compromisso com plena consciência do que estamos a fazer. Penitência - Tal como o Anjo e Nossa Senhora pediram aos pastorinhos mais que uma vez, oferecer sacrifícios é algo que costumo fazer. Como é lido em todas as cerimónias de Aliança de Amor: “Trazei-me com frequência contribuições ao Capital de Graças”. Deus e Nossa Senhora precisam do nosso Capital de Graças. É compreensível que fazer sacrifícios não é uma coisa muito apelativa, mas se o fizermos com um propósito particular (o dos pastorinhos, por exemplo, era para salvar as almas dos pecadores; também conheci um Universitário que oferecia o seu estudo, que tanto lhe custava, simplesmente para alegrar Nossa Senhora) e com a consciência de que nos ajuda também na nossa auto-educação e que agrada a Deus, acredito que se torna mais fácil. Conversão - Em Fátima esta vertente está muito ligada à da Oração, mas nós do Movimento Apostólico de Schoenstatt, temos para além da Oração o pilar da Missão ao qual tanta importância damos para uma vida em comunidade sustentável. Uma pessoa que viva em plenitude a sua Aliança de Amor, tem mais facilidade nesta questão da conversão (não só dos que não são católicos ou que estão afastados de Deus, mas também dos que lhe são próximos e da sua própria conversão interior), daí que seja uma alegria sempre que fazemos Missões! A melhor maneira de convertermos e sermos convertidos é sempre através do bom testemunho. O Propósito Particular e o Horário Espiritual são óptimas ferramentas para nos mantermos em boa forma espiritualmente. Enquanto Servita é isto que tento fazer: simples e discretamente dar testemunho da minha Fé. Outros três pontos que vejo em comum entre a espiritualidade de Schoenstatt e da Mensagem de Fátima e que podemos e devemos pôr em prática no nosso dia-a-dia são:
Toda a vida tive uma espiritualidade mariana. Antes de conhecer o movimento de Schoenstatt, sempre fui incentivado a rezar a Nossa Senhora, em especial nas dificuldades, sempre ouvi falar da Mensagem de Fátima através dos meus pais e inconscientemente a vivê-la no meu dia-a-dia. Até descobri que quando fui baptizado, também fui consagrado a Nossa Senhora… Ao entrar para Schoenstatt, ficou claro que o meu caminho era por ali. Desde o Capital de Graças, à auto-educação, ao desenvolvimento da minha relação com Nossa Senhora como minha Mãe e o consequente fortalecimento da minha Fé, tudo fazia sentido. O mesmo se veio a passar mais tarde. Ainda antes de sentir a vocação a servir enquanto Servita, mais tarde vim a perceber que já o fazia, pois enquanto schoenstattianos também nós estamos a viver a Mensagem de Fátima. Por cada bolinha do Capital de Graças, por cada oração no santuário, por cada missão que fazemos, por cada aspecto da nossa personalidade que aprendemos a conhecer melhor e a usá-la para ajudar quem precisa, estamos também a ser Servitas. Um Servita não faz nada que um schoenstattiano ou um católico que viva bem a sua fé não faça. É alguém que através da oração e da penitência, põe as suas qualidades ao serviço dos outros, que de uma maneira (geralmente) simples e discreta tenta fazer do Mundo um lugar melhor e que com humildade reconhece os seus erros esforçando-se sempre para melhorar. Sempre com o coração em Cristo e os olhos em Maria. João Maria Castro Fernandes 25 de Setembro de 2015 +Geração Missionária, Chegou a Tua Hora!+ PS: Para saberem mais sobre este paralelo (ou no caso de eventualmente quererem fazer o “vosso” paralelo) recomendo a leitura de um documento que está na biblioteca do site dos Universitários: “Paralelo Schoenstatt-Fátima: um contributo para a vivência da mensagem”. ![]() Caros universitários, Entre 21 e 25 de Junho, eu, o Luis FA, o Bernardo RM e o nosso assessor Pe. Diogo, peregrinámos até Schoenstatt. Na última noite ainda se juntaram o Pedro RM e o Dids. Muitas seriam as palavras para descrever esta viagem, com momentos sempre muito engraçados e ao mesmo tempo momentos muito profundos espiritualmente. Escolho então três palavras: Acolhimento, Paz e Oração. Ficámos hospedados na casa de Sião, residência dos padres. Fomos muitíssimo bem recebidos. Logo na primeira noite tivemos a oportunidade de jantar com o Pe. Francisco nos seus 50 anos, num ambiente muito descontraído, amigável e com vinho do Porto e pastéis de nata. Na manhã do dia seguinte tivemos a nossa primeira missa no Santuário original em Português, onde por coincidência apareceu uma família brasileira que se juntou a nós. Ao longo dos dias andámos de lugar em lugar, de Santuário em Santuário. Sempre na companhia do Pe. Diogo para nos dar um contexto histórico juntamente com um aprofundamento espiritual para cada acontecimento da história do movimento. Foi assim no túmulo do Pe.Kentenich, no museu, na capela com o altar do campo de concentração de Dachau. A querida Mater tinha-nos reservado um presente muito especial para as noites de 23 e 24. O Santuário Original. Nessas noites iniciámos sempre com missa celebrada pelo Pe.Diogo. Logo de seguida tivemos muito tempo para rezar e meditar no lugar onde a Mater se estabeleceu no princípio para selar a Aliança de Amor com os primeiros congregados e distribuir as suas graças. No último momento da noite, fomos atrás do Santuário original rezar junto aos túmulos dos congregados. Muito forte! Sentimos que foi verdadeiramente uma peregrinação ao encontro de Deus, acompanhados pela Mater. Neste lugar santo no coração da Europa, fomos capazes de “tirar as nossas sandálias” e escutar o que Deus nos pede na sarça-ardente que é o Santuário. As sandálias falam de movimento, de dinâmica e nós tínhamos de parar. Fala também sobre a poeira nos pés dos processos da vida. Tirar a sandálias é uma oportunidade nova para rescrever a própria história a partir do contato com esta nova realidade espiritual. Não percam oportunidades de ir até a este “lugar bonito”! Zi, Cavaleiro de Maria Antes de mais avisar que este tema será polémico. Muito polémico. Mas como vocês também eu tenho as minha duvidas e de todo que sei a resposta correcta nesta discussão. Mas vou deixar-vos lerem o que vem na minha cabeça sobre isto.
Ultimamente tenho tido conversas com amigos, padres e outros seres e deparei-me com uma questão que nunca tinha passado pela minha cabeça. Será que existe Jesus no meio de uma noitada em Santos/Cais do Sodré? É uma pergunta que facilmente respondemos afirmativamente e até nalgum momento de maior confiança afirmamos que nós mesmo mostramos o rosto de Jesus na noite através dos nossos actos e exemplos. E quão verdade é! Eu posso ir a Lisboa beber uns copos tranquilos, ir depois para o nabrU com uma malta fixe onde me porto bem, não apanho “uma narsa” e assim mostro a toda a gente que me rodeia que se pode viver a noite de uma maneira “normal” e principalmente de uma maneira católica. Apesar desta resposta na ponta da língua, que é bastante fácil de dizer e de entender, fui forçado a ir mais longe e a arranjar um argumento mais sólido durante uma de estas “discussões” mas isso tornou-se mais difícil e houve certas duvidas que nasceram dentro do meu coração: 1. Será que quando estou no nabrU a portar-me dignamente e a mostrar um bom exemplo há alguém sequer a olhar para mim? Há alguém sequer que mude por minha causa? Ou está cada um na sua (ou com a sua, a de outro, etc) e não querem nem saber ou nem se apercebem do exemplo que estou a dar? 2. Quão missionário posso ser na noite? O que eu faço no nabrU para sê-lo? Ou será que eu próprio estou no meu grupo de amigos fechado e depois uso o argumento do exemplo para me sentir melhor? 3. O facto de à minha volta só existe pecado e eu o ignorar não faz de mim desinteressado pelo próximo ao ponto de vê-los pecar sem eu agir e eu próprio ajudar a instituição que oferece este serviço (monetariamente e com a minha presença)? 4. Dentro de o auto-conhecimento de cada um, mas até que ponto é que ir para um lugar de pecado é o estar-me a meter-me numa posição de risco e de tentação que me poderá levar-me a pecar também? Eu avisei que ia ser polémico. As minhas principais dúvidas antes de estes quatro pontos acima referidos eram algo como “mas porque e que o nabrU tem pecado?”, “eu só vou lá ouvir boa música e estar com amigos!”, “e então devemos estar a fugir de todos os sítios com pecado? É impossível!”, “agora não é preciso dar o exemplo aos outros?” etc etc. As respostas não foram fáceis de ouvir - mesmo nada fáceis – mas percebi a certa altura que faziam sentido. Pecado, porque tudo à volta fomenta o pecado. O álcool a mais, os “lambozanços”, o uso de outras pessoas de todas as formas possíveis e no fundo isto é a razão para as quais 75% das pessoas irem. Apesar de quando vou, ir pelo grupo de amigos, não o conseguia aproveitar melhor outro sitio mais tranquilo para estar com esse meu grupo de amigos? Um sitio também com musica e uns copos mas que não fosse o descontrolo que estes grandes sítios são. Num exemplo mais extremo podemos ir a um bar de strip com amigos só beber um copo, sem olhar para mais nada e até sermos um bom exemplo. Mas será que isso fazia sentido visto haver tanto pecado à nossa volta? O exemplo foi o tema mais engraçado que suguei nisto pois o exemplo, que achava que eu dava em ir, pode ser mais fraco do que o exemplo que posso dar em não ir. Quão chocante seria se de repente num grupo de amigos alguém que vá aos copos e a tudo não vá depois sair (ir a uma discoteca). Dava que pensar a todos não é? Mas não. Não é nada fácil perceber este tema e muito menos ter a força de deixar isto. Que por sermos católicos temos de deixar uma coisa que tanto gostamos, e que até a fazíamos de maneira correcta, porque as pessoas a voltam não o sabem fazer. Que injusto que é! Mas se calhar temos de ser humildes e ter força. Concluindo este tema, fica no ar a grande duvida de se faz sentido ou não um católico ir ao nabrU e a todos os outros sítios até piores que este. E se não faz, qual a solução que podemos retirar deste problema? Como podemos responder a este desafio que Jesus nos chama? Resta pedir que rezem pelas pessoas que pecam e que se arrependem nestes sítios que são muito mais do que imaginamos. E também por mim para que seja forte e consiga lutar para não ir a estes sítios que como pecador que sou será difícil. “Ser humilde não significa ser fraco, mas sim ser forte. Significa vencer o mundo!” Pe K Penso que todo o ramo sabe o valor que dou a acção social e como tento que seja uma prioridade na minha agenda. Não gosto de passar uma semana que seja sem me "dar aos outros". Dar aos outros num sentido genuino e premeditado, com perfeita consciência quando o estou a fazer. São José Maria Escrivá dizia: "Sê útil, deixa rasto!" Sempre gostei muito desta frase e por várias vezes a citei quando tive que falar sobre voluntariado e acção social. Gostava de mostrar-vos o poder que esta frase tem. A prínicipio parecem duas simples frases, bonitas de se ouvir, com um sentido profundo e especialmente torna um ótimo "soundbyte" - fica bem "dizê-las". Mas vamos tentar ser mais profundos: palavra a palavra o que representa esta frase. "SÊ" - Muitas vezes penso no que representa realmente esta palavra. O que significa SER? Será viver? Será estar presente? Se vivo uma vida em que realizo os meus desejos pessoais - tenho dinheiro, um bom carro, sucesso no trabalho e ofereço tudo aquilo que os meus filhos me pedem. Estarei a SER alguem? Posso muito bem estar apenas a viver, a passar pela vida. Uma oração de que gosto muito do Pe. Tolentino Mendonça diz: "O que te peço Senhor, é a graça de SER" (http://outrosentido.blogs.sapo.pt/173986.html). De que maneira é que cada um de nós tem cumprido com a sua parte de SER? "ÚTIL" - O que é ser ÚTIL? ÚTIL aos outros ou só a mim? Muitas vezes, quando nos lançamos num projecto de cariz social, acabamos por olhar mais para o que gostávamos de fazer do que aquilo que realmente é preciso fazer. Por isto passa a nossa utilidade - entregar o que os outros precisam. "DEIXA" - Esta é das palavras que gosto mais desta frase - O que quero DEIXAR? Por exemplo, como quero pensar que foi a minha vida dentro de 10/20/30 anos? Como quero ver no futuro o Just a Change, ou o Pegadas, ou outro qualquer projecto social em que me envolva? O que quero realemente deixar como marca minha nesta vida? Esta última pergunta é mesmo importante e desafio-vos a pararem uns minutos a pensar nela... "RASTO" - Rasto é tudo aquilo que ficou preso a nós. Uma parte de nós que passou para os outros e que esperamos que continue quando estivermos afastados. O que ficou de MIM no velhinho que ajudei? Quantas pessoas é que consegui trazer comigo para o voluntariado? "Sê útil, deixa rasto!" - Viver isto no dia-a-dia é díficil mas no fim das contas vale mesmo a pena. PS: Enquanto escrevia isto, uma amiga mandou-me este filme https://www.youtube.com/watch?v=nppxkKoKgtw - tem tudo a ver com o que escrevi. Vejam até ao fim! |
ObjetivoLocal onde cada Universitário pode exprimir e partilhar experiências, pensamentos, orações. Arquivo
Maio 2016
Categorias |